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Estrelas Brilhantes
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Lisete Stracke Marques : Estrelas Brilhantes
Lisete Stracke Marques
Estrelas Brilhantes
Editora Bahá'í
1983

Ó DEUS, GUIA-ME, PROTEGE-ME, ILUMINA A LÂMPADA DO MEU

CORAÇÃO, E FAZE DE MIM UMA ESTRELA BRILHANTE.
TU ÉS O GRANDE E O PODEROSO.
- 'ABDU'L- BAHÁ
Dedico a 1ª compilação de "ESTRELAS BRILHANTES":

À minha querida sobrinha Elisa Grundwaldt que "adora" ouvir histórias;

A todas as crianças Bahá'ís no Irã que tenham sofrido ou estejam sofrendo por amor a Bahá'u'lláh.

- - - - -

As histórias sempre fascinaram as crianças e, não menos, os adultos de todas as raças e povos do mundo. Elas constituem um excelente método de ensino e de aprofundamento, e todo o Bahá'í deveria ter em sua bagagem de "professor" uma pequena coleção, a fim de tornar mais vivos e reais os ensinamentos e princípios que pretenda transmitir.

Jesus ensinou através de parábolas, pequenas histórias que ilustram os conceitos morais e espirituais de Sua Mensagem e que até hoje servem de exemplo à humanidade. No entanto, João 16.25, Cristo diz:

"Eu tenho dito estas coisas sob a forma de parábolas: mas tempo virá quando Eu não mais falarei por parábolas, mas abertamente vos falarei do Pai".

Este tempo profetizado na Bíblia já chegou com a vinda dos dois Profetas gêmeos, o Báb (A Porta) e Bahá'u'lláh (A Glória de Deus). Há quase um século a história tem registrado os gloriosos acontecimentos de um novo ciclo divino.

Este pequeno livro é de utilidade aos Bahá'ís que já tenham algum conhecimento sobre a história Bahá'í e que poderão melhor situar estes pequenos trechos extraídos de livros estrangeiros* no vasto contexto que compreende a própria História da Fé, tornando a sua apresentação mais atraente.

O objetivo é aproximar os leitores das Figuras Centrais da Fé e de alguns dos seus fiéis seguidores que se distinguiram pelas suas qualidades espirituais e seu grau elevado de devoção.

Assim, estes pequenos extratos seguem uma seqüência natural com início nos primórdios da Fé Bábí, seguindo-se o tempo glorioso de Bahá'u'lláh, a época já mais formativa da Fé que abrange o tempo de 'Abdu'l-Bahá e do Seu neto Shoghi Effendi - cujo fulgor, como "ESTRELAS BRILHANTES", ornamenta o firmamento de uma "nova era".

- - - - -
TAHÍRIH

Quando criança, em vez de brincar, Tahírih preferia escutar as discussões teológicas do seu pai e do seu tio, que eram importantes eclesiásticos em Qazvín.

Quando já mais crescida, assistiu a um curso ministrado pelos dois, sentada na mesma sala, juntamente com trezentos estudantes homens, porém escondida atrás de uma cortina. Por mais de uma vez debateu o que os dois anciãos estavam a apresentar. Numa destas ocasiões um dos 'ulamás, o mais arrogante de todos, chegou a concordar com alguns dos seus pontos de vista.

Tahírih era extremamente bonita e gostava de vestir-se bem, perfumar-se e de comer. Era capaz de comer doces o dia todo. No entanto enfrentou o martírio, renunciando todos os prazeres materiais do mundo.

Uma vez, muitos anos depois de Tahírih haver abandonado as vestes físicas, uma senhora americana viajou para 'Akká e sentou-se à mesa de 'Abdu'l-Bahá. A comida estava uma delícia. A senhora serviu-se à vontade e comeu com muito gosto. Depois, sentiu-se envergonhada e pediu desculpas ao Mestre, ao que Ele respondeu:

"A virtude por excelência consiste na verdadeira Fé em Deus e não em ter um apetite grande ou pequeno..... Jináb-í-Tahírih tinha um bom apetite".

Tahírih casou-se com um primo do qual teve filhos. Deveria ter sido o habitual casamento persa no qual os noivos praticamente não se conheciam e ao noivo era consentido dar uma rápida vista de olhos à noiva, antes da cerimônia.

Assim, Tahírih vivia em Qazvín, uma cidade de tijolos cor de mel ... o seu tipo de vida deixaria feliz qualquer outra mulher. No entanto a mente de Tahírih não a deixava descansar. Finalmente, partiu para a cidade de Karbilá em busca da VERDADE.

Uma noite teve um sonho. Viu um jovem homem no céu. Trazia um livro em Suas mãos do qual recitava versos. Tahírih acordou e levantou-se para escrever os versos que ouvira a fim de não esquecer. Mais tarde, quando encontrou as mesmas palavras num comentário escrito pelo Báb, ela O reconheceu imediatamente. Não tardou em falar sobre a sua conversão à Fé Bábí, o que foi considerando um escândalo naquela época. O seu marido, o pai e o irmão suplicaram-lhe que deixasse aquela loucura. Denunciou a sua geração, os costumes do seu povo, a poligamia, o uso do véu pelas mulheres, a corrupção da alta sociedade, a maldade do clero. Ela não era mulher para se conformar com a injustiça e acatar a opressão com submissão. Pelo contrário, reivindicava uma mudança na atitude dos homens.

Quando, finalmente, morreu dando sua vida pela Causa que abraçara, foi com a consciência de que as suas próprias palavras tinham sido a sua sentença.

Nabil escreve:

"Ninguém resistia ao seu encanto; poucos escapavam ao contágio da sua crença. Todos testificavam as extraordinárias características do seu caráter, maravilhavam-se com a sua surpreendente personalidade e acreditavam na sinceridade da sua convicção".

QUDDÚS

Quddús era descendente do Imám Hassan, neto do Profeta Maomé, um dos primeiros a reconhecer o Báb - portanto uma das "Letras da Vida" a exemplo de Tahírih. Ele foi também um dos primeiros a ser perseguido por causa da Fé do Seu Mestre. Isto aconteceu em Shiráz, onde o torturaram e o arrastaram pelas ruas da cidade.

Mais tarde, Quddús comandou os homens armados em Shaykh Tabarsi e quanto o forte caiu nas mãos dos inimigos e foi demolido, entregaram-no à multidão enfurecida da sua cidade natal. Conduzido em correntes através do mercado foi exposto ao barbarismo da população que lhe rasgou a roupa, retalhou o seu corpo, cortando-o em pedaços e finalmente queimando o restante.

Quddús não se havia casado, até aquela data.

Por todos aqueles anos a sua mãe vivera na esperança de vê-lo um dia casar-se.

Ao caminhar para o martírio Quddús lembrou-se dela e do seu ardente desejo e exclamou:

"Ah se minha mãe estivesse comigo e pudesse apreciar, com os seus próprios olhos, o esplendor das minhas núpcias".

UMA JÓIA OCULTA

Nos primeiros tempos da Fé Bábí, um homem muito rico e instruído de Kashán partiu com a sua família em peregrinação às cidades de Najaf e Karbilá. As circunstâncias forçaram-no a contratar um guia de caravanas, um Bábí que se chamava Hashim-Khan. A razão de sua relutância em viajar na companhia de Hashim Khan, apesar de ele ser conhecido em toda região pela sua honestidade, era pelo fato de ser um Bábí. Hashim era alto e forte; tinha pouca instrução, no entanto o seu coração havia sido tocado pela luz da Fé divina, ainda quando criança. Como resultado, era dotado de compreensão e capacidade de convencer as pessoas, na sua maneira simples e despretensiosa, da Verdade da Causa que abraçara.

Chamavam-no o "Hashim Bábí".

O mercador e a sua família ignoraram a presença de Hashim durante a viagem, não querendo se associar a alguém, que segundo o seu critério, havia abraçado uma Fé herética.

Nessas viagens longas, as caravanas precisavam parar duas ou três vezes ao dia para o descanso e a alimentação dos animais. Numa dessas paradas, em que estavam a descansar, o mercador decidiu falar com Hashim a fim de persuadi-lo a voltar para a sua crença. Chamou-o à companhia dos outros, agradeceu-lhe o trabalho dedicado e desinteressado que estava a prestar-lhe e finalmente perguntou:

"Como pode ser que eu, com todo o meu conhecimento, tenha falhado em reconhecer a validade da Mensagem do Báb, ao passo que tu, uma pessoa quase analfabeta, arrogas-te a pretensão de ter reconhecido a veracidade de Sua Missão?"

Hashim pegou numa mão cheia de areia e disse:

"Pessoas como eu não têm mérito algum na sociedade; são como a areia do deserto e não valem nada; no entanto, quando o sol desponta, todas as manhãs no horizonte, esta areia é a primeira a iluminar-se como os seus raios. Em contrapartida, um homem letrado assemelha-se a uma jóia preciosa guardada à chave num cofre; quando o sol desponta, esta jóia permanece oculta na escuridão."

O mercador emocionou-se com a resposta singela e ao mesmo tempo profunda de Hshim e continuou a conversar com ele durante todo o caminho de regresso, até que os véus que obscureciam a sua visão foram caindo um por um e a jóia oculta do seu coração iluminou-se com esplendor da Fé divina renascida!

O MANTO ENCARNADO

Conta-se que um homem santo, muçulmano, da Índia, que viveu no século oitavo D.C., falava do "Grande Dia de Deus" e são dele as seguintes palavras:

"Naquele dia O Mais Sagrado encontrar-se-á numa terra chamada Karkh; caminhará próximo a um rio, usando um turbante de derviche e um manto encarnado. Ensinará os Seus seguidores nas margens daquele rio. Se isso acontecer eu talvez tenha o privilégio de me aproximar da Sua Presença e de derramar o sangue da minha vida em Seu Caminho".

De fato, a profecia desse santo muçulmano cumpriu-se. O manto encarnado que Bahá'u'lláh usou, quando estava ensinando os Seus seguidores, nas margens do rio Tigre, era feito de pedaços de "tirmih" persa. A esposa e a filha de Bahá'u'lláh confeccionaram este 'abá enquanto esperavam o Seu regresso das montanhas de Sulaymániyyih. Karkh é o nome do distrito de Bagdá no qual o Mais Sagrado habitou.

Bahá'u'lláh passou dois anos no deserto, afastando-se da família e dos amigos, para impedir que a inveja do Seu meio irmão, Mirza Yahyá, destruísse a unidade da família e dos crentes.

O REGRESSO

A "Folha Mais Sagrada", filha de Bahá'u'lláh e irmã de 'Abdu'l-Bahá, conta o regresso de Bahá'u'lláh das montanhas nas comoventes palavras registradas por Lady Blomfield:

"À medida que estes dias de intensa espera iam passando, a nossa fé e a nossa esperança aumentavam. Sabíamos que muito em breve o nosso viajante, o nosso pai, estaria de volta e mais uma vez conosco.

Minha mãe tinha confeccionado, para esta ocasião, um manto de alguns pedaços de um tecido persa muito precioso (tirmih - um tecido encarnado) cuidadosamente guardado junto com o que sobrara das prendas do seu casamento. E agora estava pronto para Ele vestir.

"Finalmente! Finalmente! Quando a minha mãe, meu irmão e eu estávamos sentados à espera, com grande ansiedade, ouvimos passos. Era um derviche! Através do seu disfarce reconhecemos a luz da Presença do Nosso Amado!

Nossa alegria, quando Ele nos abraçou foi indescritível!

Posso ainda ver a minha querida mãe, calma e suave, e o meu irmão ('Abdu'l-Bahá) segurando firmemente a mão do seu pai, como se assim Ele nunca mais pudesse desaparecer da sua vista. O amoroso menino quase desaparecia ao enrolar-se nas grosseiras dobras do traje de derviche.

Nunca mais poderei esquecer esta cena tão emocionante e feliz!"

A CALIGRAFIA DE UM REI

Conta-se muitas histórias do tempo em que Bahá'u'lláh estava no deserto.

Bahá'u'lláh compadecia-se sempre das pessoas que estavam em aflição e em particular quando se tratava de crianças.

Um dia, próximo a uma vila, nas montanhas, Bahá'u'lláh encontrou um rapazinho que chorava amargamente e portanto parou e perguntou-lhe:

"Homem pequenino, porque choras?"

O menino levantou a cabeça e fitou admirado o derviche que lhe havia dirigido a palavra e com os olhos cheios de lágrimas, exclamou:

"Oh Senhor! O professor da escola castigou-me por ter uma letra muito feia. Eu não sei escrever melhor, e agora não tenho uma cópia para me orientar e tão pouco me atrevo a voltar à escola!"

"Não chores mais. Eu farei uma cópia e te ensinarei a imitá-la", disse Bahá'u'lláh.

Ao terminá-la disse ao menino:
"Agora podes levar isto ao professor."

Quando o professor viu a caligrafia que o menino trazia ficou espantado pois verificou tratar-se da letra de uma pessoa nobre.

"Quem te deu isso?", perguntou o mestre ao menino.

"Foi Ele que escreveu para mim, o derviche das montanhas."

"O autor não pode ser um derviche. Deve ser uma pessoa de origem real" respondeu o mestre.

Esta história espalhou-se de tal maneira que muitas pessoas saíram à procura do derviche do qual se diziam coisas maravilhosas, forçando Bahá'u'lláh a mudar-se de lugar para lugar, cada vez mais longe, a fim de Se ocultar das multidões que O seguiam.

UMA PROVA DE DESPRENDIMENTO

No tempo de Bahá'u'lláh havia muitos reis que por via de regra eram cruéis, fanáticos e ambiciosos. No entanto, essa história é a de um rei que possuía muitas qualidades espirituais e cujas ações se baseavam na justiça e no amor. Várias vezes ele chegava a invejar um derviche que tinha renunciado ao mundo e parecia liberto dos cuidados da vida material, pois dormia em qualquer lugar durante a noite, e cantava louvores ao seu Senhor durante o dia. Vivia em pobreza e no entanto, tinha o mundo aos seus pés. Os seus únicos bens eram a roupa que levava e um pequeno cesto onde guardava a comida que lhe era oferecida. O rei, ao observá-lo, sentia-se atraído por aquele tipo de vida.

Um dia o rei convidou o famoso derviche para o seu palácio, sentou-se aos seus pés e suplicou-lhe que lhe desse algumas lições de desprendimento.

O derviche ficou encantado com o convite e permaneceu alguns dias hospedado no palácio. Todos os momentos em que o rei estava livre aproveitava-os para explicar-lhe as virtudes da vida de um derviche. Finalmente o rei converteu-se. Um belo dia vestiu-se de homem pobre e deixou o seu palácio e tudo que nele existia, para acompanhar o derviche. Já haviam caminhado uma certa distância quando o derviche se lembrou que esquecera o seu pequeno cesto no palácio. Muito agitado, informou ao rei que não podia prosseguir a jornada pois havia esquecido o seu cesto no palácio e pediu-lhe permissão para ir buscá-lo.

O rei, entretanto, chamou-o a atenção dizendo:

"Eu próprio abandonei todos os meus bens: o meu palácio e o meu poder, e o amigo que tem pregado por toda a sua vida as virtudes do desprendimento foi agora testado e provou estar ainda apegado às coisas deste mundo - ou seja, ao seu pequenino cesto!"

UMA CAMISA PARA A ABENÇOADA BELEZA

Mirza Husayn-i-Zanjan, um prisioneiro bahá'i, conta a seguinte história sobre Mullá Ridá, um devoto seguidor de Bahá'u'lláh:

"Durante dezesseis meses eu fui o seu companheiro mais próximo, dedicando-me ao seu serviço. Eu é que preparava a sua comida, lavava a sua roupa, fazendo todo o possível para que se sentisse bem. No entanto, ele raramente me agradecia; apenas dizia: "Agradeço à Abençoada Beleza pelo conforto e ajuda que me deu". Toda a vez que lhe trazia comida dizia: "Eu Te agradeço, ó Bahá'u'lláh". Quando dava alguma coisa ou prestava algum serviço dizia: "Ofereço isto a Bahá'u'lláh".

Um certo dia trouxeram um novo prisioneiro que não tinha camisa. Quando Mullá Ridá o viu, virou-se para mim e disse:

"Este pobre homem é um servo de Bahá'u'lláh, apesar de não conhecer o seu Senhor. Visto estar ele despido é melhor que fique com a nossa camisa extra. Nós não precisamos de uma camisa extra na prisão, é um luxo que podemos dispensar".

Ao ouvi-lo, respondi:

"Muito bem, tu vestes esta camisa que acabei de lavar e dás a este coitado a camisa que trazes vestida".

Ao ouvir a sugestão, Mullá Ridá ficou furioso e gritou comigo muito indignado:

"Por acaso queres dizer que eu visto a camisa limpa e dou esta que está suja e amarrotada à Abençoada Beleza? Como te atreves a sugerir semelhante coisa? Não és por acaso um bahá'í?"

Bahá'u'lláh diz que somente fazemos caridade quando damos aquilo que nos é caro.

O KÁSHI

Contam que na província de Kashan, na Pérsia, as pessoas são extremamente pacíficas e gentis. Qualquer ato de violência é suficiente para amedrontá-los.

Uma vez, Bahá'u'lláh viajava acompanhado por um Káshi - assim são chamadas as pessoas daquela terra. Montados em burros galopavam a toda velocidade até à pousada mais próxima, antes de anoitecer. Deitaram-se cedo, pois a viagem tinha sido estafante.

Na manhã seguinte, o káshi levantou-se e viu que o burro no qual viajara tinha sido selado com uma sela de pele de tigre. O seu coração deu um salto! Só de pensar em montar uma sela de pele de tigre encheu-o de medo! Desistiu daquele burro e escolheu outro.

Quando Bahá'u'lláh e o káshi recomeçaram a sua viagem, ficaram sabendo que centenas de homens vinham ao seu encontro para matá-los pois, como sabem, Bahá'u'lláh tinha muitos inimigos. O káshi ficou aterrorizado e Bahá'u'lláh disse-lhe para afivelar uma espada muito grande à cintura.

"Quem? Eu?" perguntou o káshi, tremendo de medo.
"Sim, você Meu amigo", respondeu Bahá'u'lláh.

O káshi muito atrapalhado colocou a enorme espada à cintura, pois quem poderia desobedecer ao Mestre? Mas era tão pequeno e a espada tão grande, de maneira que andava aos tropeços tentando afastá-la dos pés.

Não tardou que os inimigos aparecessem gritando e sacudindo as suas espadas.

"E agora Mestre?" perguntou o frágil homenzinho com os olhos arregalados.

"Você tem de vencê-los a todos" ordenou-lhe Bahá'u'lláh.

"Eu?". "Eu, sozinho lutar com centenas de homens?". Eles hão de matar a mim e a Si também."

"Vá lutar Meu amigo. Você está certo e eles estão errados. Os meios de Deus são diferentes dos meios dos homens."

O pequeno káshi desembainhou a sua espada, sacudiu-a no ar e avançou em direção aos inimigos. Estes, ao verem-no disposto a lutar sozinho pararam estupefatos.

"O que significa isso?", interrogaram-se.

"São os Bahá'ís tão poderosos que um homem é capaz de vencer-nos a todos?"

À medida que o káshi se aproximava, mil e uma idéias passaram pela cabeça de cada um deles. Pensaram que aquele homenzinho pudesse ter o dom da magia e que algum mal terrível iria acometê-los. Um deles, que era muito supersticioso, fugiu correndo e atrás dele seguiu outro, até que todos os homens que pretendiam matar Bahá'u'lláh desapareceram da vista do pequenino káshi que mal se agüentava em pé.

Quando o káshi recuperou-se do susto e se voltou para o Mestre, Ele ria às gargalhadas.

"Vê, meu pequeno amigo, o que Deus pode fazer por nós quando estamos em aflição ou em perigo?"

O JARDIM DO Ridvan

Em 1863 Bahá'u'lláh declarou a Sua Missão no Jardim do Ridvan, em Bagdá. De lá Ele foi mais uma vez desterrado e finalmente confinado à cidade prisão de 'Akká, onde por nove anos viu-Se privado de contemplar a natureza, os campos e as flores que tanto amava.

'Abdu'l-Bahá, que dedicou a vida ao Seu pai, adquiriu, mais tarde, um pedaço de terra onde planejou uma cópia do Jardim do Ridvan de Bagdá. Situa-se este jardim às margens de um regato. Há nele uma enorme amoreira com bancos à volta, muitas árvores floridas, inúmeras flores e ervas de doces aromas; resumindo, constitui um espetáculo de gloriosas cores e de beleza extraordinária. O perfume de essência de rosas, alecrim, tangerinas, menta... bálsamo, verbena e jasmim tornam o ar doce e rico em variedade de fragrâncias. Cheirosos e luxuriantes gerânios brancos, cor-de-rosa, vermelhos, crescem como plantas selvagens bem como romanzeiras com os seus grandes e encarnados botões e outros arbustos floridos. Cada planta é um símbolo de dedicado e devoto serviço.

A maior parte das plantas foram trazidas pelos peregrinos da Pérsia, estes admiráveis peregrinos! Quantas dificuldades passaram naquelas longas viagens a pé, corajosamente enfrentando inúmeros perigos, malignos inimigos, mau tempo e, apesar de todo o cansaço, encontravam ainda forças para carregar, como se fosse o maior de seus tesouros, algumas plantas para o jardim do Seu adorado. Muitas vezes a única água que possuíam e que precisavam com tanta urgência, para o seu próprio consumo, era dada às plantas.

Um dos jardineiros que tinha sido empregado de Bahá'u'lláh no Seu glorioso jardim, na maravilhosa casa de campo no Irã, lembrou-se que uma determinada rosa branca era a flor predileta de Bahá'u'lláh. Esta rosa singular, com o miolo dourado, caule acastanhado, pétalas brilhantes e um aroma de um deleite peculiar, encontra-se agora a florir no Jardim do Ridvan, na antiga Palestina, atualmente Israel.

Ao entramos no Jardim do Ridvan, sentimos a devoção com que ele foi criado - um pedaço de terra árida transformada num paraíso.

Os peregrinos que conseguiram, após as difíceis viagens, trazer as suas plantas e oferecê-las vivas e viçosas ao Seu Amado Senhor, sentiram-se muito recompensados.

Os amigos da Califórnia e da Europa mais tarde ofereceram plantas. Assim, o Ridvan é uma verdadeira comunhão do Oriente com o Ocidente - símbolo da grande Missão de Bahá'u'lláh, que é a de unir, numa grande e vital unidade, os membros da família humana de todas as religiões, raças e nações do mundo.

UMA VISÃO DO FUTURO

Na infância de 'Abdu'l-Bahá ninguém sabia ainda que seu pai era um Manifestante de Deus. Naquela altura conheciam-No como um homem nobre da corte, filho de um ministro e a sua mãe, Asiyih, como uma dama da nobreza.

Tinha 'Abdu'l-Bahá três ou quatro anos quando muitas pessoas maravilhosas vinham à Sua casa. Eram elas seguidoras do Báb e ensinavam por toda a Pérsia a Sua mensagem. Entre elas vinha uma senhora de rara beleza. 'Abdu'l-Bahá sabia que ela era bonita porque tirava o véu na presença de sua mãe, (naquela época as mulheres não tiravam o véu na presença dos homens). Seu nome era então Zarin Taj, que significa "coroa de ouro". Mais tarde ela tornou-se uma grande professora Bábí e Bahá'u'lláh deu-lhe um novo nome, 'Tahírih', que significa "A Pura".

Muitas vezes Tahírih aconchegava o pequeno 'Abdu'l-Bahá no seu colo e ficava longo tempo a brincar com ele. Visto ter muita espiritualidade, Tahírih podia antever a missão de 'Abdu'l-Bahá, surpreendendo as outras pessoas.

Uma vez, quando brincava com ele, uma serva da casa pediu-lhe que atendesse um importante Bábí que acabara de chegar de viagem. Ao ver que Tahírih não se apressava em ir vê-lo, parecendo não querer deixar a criança, perguntou-lhe porque agia assim.

Tahírih dirigiu-se a 'Abdu'l-Bahá com a seguinte observação:

"Devo eu deixar-te, Protetor da Causa, e ir ver um dos seguidores da Causa?"

Aqueles que a ouviram ficaram muito admirados, pois naquela altura ninguém sabia de nada, nem mesmo da missão de Bahá'u'lláh.

'Abdu'l-Bahá E AS OVELHAS

Ao tornar-se adulto, 'Abdu'l-Bahá era um jovem muito feliz. Às vezes acompanhava o pai Bahá'u'lláh a cavalo a uma propriedade Sua. Sempre levavam prendas às famílias pobres da aldeia. Quando já mais velho, o pai lhe dava, com freqüência, algum trabalho para fazer.

Um dia Bahá'u'lláh enviou 'Abdu'l-Bahá às montanhas, para inspecionar o trabalho dos pastores que guardavam os Seus rebanhos. Ao terminar a inspeção e preparar-se para ir embora, o homem que o acompanhava disse-lhe: "O seu pai tem por hábito dar qualquer coisa aos pastores".

'Abdu'l-Bahá ficou muito atrapalhado, pois não trazia nada, e disse: "Mas eu não tenho nada para dar!". "Eles estão à espera de qualquer coisa!", insistiu o homem.

Uma brilhante idéia atravessou a mente de 'Abdu'l-Bahá e deixou-o muito feliz. "Darei a cada pastor todas as ovelhas do seu rebanho!", disse muito depressa.

Ao Lhe contarem o que se passara, Bahá'u'lláh ficou tão encantado com a generosidade de 'Abdu'l-Bahá que fez a seguinte observação: "Temos de vigiar 'Abbás pois da próxima vez ele é capaz de dar-se a si próprio"!

E foi exatamente isto que 'Abdu'l-Bahá fez durante toda a Sua vida.

UMA COROA GLORIOSA

'Abdu'l-Bahá distinguiu-se pela humildade e servitude. O título 'Abdu'l-Bahá, que significa 'O Servo da Glória", dado por Bahá'u'lláh, e pelo qual desejava ser conhecido e chamado, indica a natureza essencial dessas qualidades.

Estas são algumas das Suas próprias palavras:

"Eu sou 'Abdu'l-Bahá e nada mais. A mim não me faz feliz que me chamem por qualquer outro título. Eu sou o servo da Abençoada Perfeição e espero que esta servitude da minha vontade seja aceita. Quem mencionar quaisquer outros nomes a não ser este, de modo algum me agradará. 'Abdu'l-Bahá e nada mais. Ninguém deverá chamar-me exceto por este nome: 'Abdu'l-Bahá".

E novamente: "O mistério dos mistérios destas palavras, textos e linhas, é a servitude à Sagrada Presença da Beleza de Abhá, a insignificância, desprendimento e perfeito esquecimento ante o Limiar Abençoado. Este é o meu diadema brilhante e a minha coroa gloriosa. Com ela serei glorificado nos reinos celestiais e nos deste mundo. E com ela me aproximarei da Beleza entre aqueles que estão mais próximos de Deus. A ninguém é permitida uma interpretação que não seja esta".

Uma vez, pediram a 'Abdu'l-Bahá que atuasse como o coordenador honorário de uma Assembléia Espiritual, ao que Ele simplesmente respondeu:

- 'Abdu'l-Bahá é um servo.
UMA TAREFA DIFÍCIL

Nos primeiros tempos em que a Causa de Bahá'u'lláh se tornou conhecida na América, uma das suas seguidoras, a Sra. Lua Getsinger, partiu para 'Akká em peregrinação à cidade prisão, para ver o Mestre.

Um dia, o Mestre disse-lhe estar muito ocupado para ir ver um dos Seus amigos, um pobre homem que se encontrava muito doente. Pediu a Lua que fosse visitá-lo em Seu lugar.

Após explicar-lhe onde vivia o homem, concluiu: "Leve comida e tome conta dele assim como eu tenho feito".

Lua saiu feliz e orgulhosa por 'Abdu'l-Bahá confiar-lhe uma das Suas tarefas.

No entanto, Lua regressou mais depressa do que se pensava. Procurou o Mestre e exclamou:

- "Com certeza o Mestre não imagina a que lugar me enviou. Eu quase desmaiei com o cheiro insuportável. Os quartos estavam imundos e as condições do homem e da sua casa eram degradantes. Fugi antes que contraísse alguma doença terrível".

'Abdu'l-Bahá fitou-a com um olhar triste e severo.

-"Desejas servir a Deus?", perguntou-lhe.

"Então serve a teu irmão pois nele deves ver a imagem e semelhança de Deus. Volta à casa daquele homem e se a casa estiver imunda, limpa-a; se aquele irmão estiver sujo, lava-o; se tiver fome, alimenta-o. E não volte até que isso tenha sido feito".

Inúmeras vezes tinha o Mestre, com as Suas próprias mãos e com toda a Sua dedicação, executado todos esses trabalhos. Por que não poderia Lua fazê-lo, pelo menos, por uma vez?

A LÂMPADA E A LUZ

Durante a estadia de 'Abdu'l-Bahá em Londres, muitas foram as tentativas de fotografá-Lo. Homens com as suas máquinas fotográficas ficavam à volta da porta, esperando por uma oportunidade. Numa destas ocasiões, Lady Blomfield, que O acompanhava, discutiu com os fotógrafos dizendo:

- "Os senhores pensam serem muito corteses ao insistir em fotografar um visitante dum país distante, contra a sua própria vontade?"

- "Não, minha senhora", foi a resposta de um deles, "mas se os outros fotógrafos conseguirem fotografá-lo e eu não, o meu diretor há de pensar que sou incompetente."

Quando Lady Blomfield contou este incidente ao Mestre, Ele riu-se descontraidamente e disse: "Se as fotografias são absolutamente indispensáveis, seria melhor tirar algumas como deve ser, pois as que saíram publicadas no jornal de ontem estavam de fato muito mal".

A partir daí Ele consentiu, com o Seu amável sorriso, em ser fotografado.

"Para fazer a vontade dos amigos" dizia Ele, "pois ter uma fotografia de nós próprios é dar ênfase à personalidade, que é meramente a lâmpada e praticamente sem importância. A luz que arde no seu interior é a única que tem um significado real".

Ao autografar as fotografias escrevia o Seu nome, 'Abdu'l-Bahá, na parte branca do turbante, explicando:

- Meu nome 'Abdu'l-Bahá significa 'Servo de Deus, o Mais Glorioso', é a minha coroa.

UM ELO ESPIRITUAL

Um dia, a família de 'Abdu'l-Bahá reuniu-se na sala da "Folha Mais Sagrada" (a irmã de 'Abdu'l-Bahá) para o café da manhã. O Mestre escrevia epístolas sentado no canto predileto do divã, de onde, através da janela à Sua direita, podia ver o azul do Mediterrâneo. A tranqüilidade da sala era interrompida apenas pelo borbulhar do "samovar" onde uma das jovens servas, sentada no chão à sua frente, preparava o chá.

Depois de algum tempo, o Mestre levantou o olhar e com um sorriso pediu a Zittih Khanum para entoar uma oração. Ao terminá-la, uma pequena figura assomou à porta que estava diretamente oposta a 'Abdu'l-Bahá. Tendo tirado os sapatos entrou na sala com os olhos fixos no rosto do Mestre. 'Abdu'l-Bahá retribuiu aquele olhar com tanto amor e boas vindas como se quisesse atrair o pequenino para junto de Si. Shoghi, aquele formoso menino cujos olhos escuros espelhavam uma alma encantadora, caminhou lentamente em direção do divã. O olhar do Mestre atraía-o como por um fio invisível. Finalmente, parou à Sua frente. Quieto, ficou ali por um momento; 'Abdu'l-Bahá não fez nenhum gesto para abraçá-lo. Permaneceu absolutamente imóvel, com exceção da cabeça, que balançou duas ou três vezes calma e significativamente, como se dissesse:

"Vês? Este elo que nos liga não é somente físico, de avô para neto. É algo muito mais profundo e significativo."

As outras pessoas olhavam com muita admiração para ver o que o menino estava fazendo.

Nisto a criança abaixou-se e apanhou do chão a orla do manto de 'Abdu'l-Bahá, encostou-a reverentemente à sua testa, beijou-a e gentilmente recolocou-a no lugar, sem tirar o olhar do adorado rosto do Mestre.

Depois, saiu correndo da sala e foi brincar.
A PRIMEIRA EPÍSTOLA DE
'Abdu'l-Bahá AO SEU NETO

Quando Shoghi Effendi tinha apenas 5 anos, insistiu com o seu avô para que este lhe escrevesse uma carta. Foi assim que 'Abdu'l-Bahá escreveu com o Seu próprio punho esta comovente epístola:

"ELE É DEUS!

Ó MEU SHOGHI, EU NÃO TENHO TEMPO PARA FALAR, DEIXA-ME SOZINHO! "ESCREVE"- EU ESCREVI. E QUE MAIS SE PODERIA FAZER? AGORA NÃO É TEMPO PARA LERES E ESCREVERES, É TEMPO DE CORRERES E ENTOARES ORAÇÕES "Ó MEU DEUS"; POR ISSO MEMORIZA AS ORAÇÕES DA ABENÇOADA BELEZA E RECITA-AS DE MANEIRA QUE EU AS POSSA OUVIR, POIS NÃO HÁ TEMPO PARA MAIS NADA."

Quando esta prenda maravilhosa chegou às mãos de Shoghi, ele pôs-se imediatamente a memorizar várias orações de Bahá'u'lláh e entoá-las tão alto que toda a vizinhança era capaz de ouví-las; quando os seus pais e os outros membros da família do Mestre reclamavam, Shoghi Effendi limitava-se a dizer-lhes:

"O Mestre escreveu que eu deveria entoá-las de maneira que Ele as pudesse ouvir e eu estou fazendo o melhor que posso!"

Finalmente os seus pais suplicaram ao Mestre para que o fizesse parar.

O Mestre respondeu-lhes:
"Deixem o menino em paz!"
A INFÂNCIA DO GUARDIÃO DA FÉ

Shoghi Effendi era uma criança pequena, sensível, intensamente ativa e irriquieta. Sua inesgotável energia era uma fonte de ansiedade para os peregrinos que esperavam pacientemente para falar com o Mestre. Shoghi subia e descia correndo vertiginosamente pelas escadas. O próprio 'Abdu'l-Bahá escreveu num envelope usado uma breve frase para agradar o Seu neto:

"SHOGHI EFFENDI É UM HOMEM SÁBIO - MAS CORRE EM DEMASIA."

Isto não significa que Shoghi Effendi não tivesse boas maneiras. As crianças orientais, especialmente as crianças de 'Abdu'l-Bahá, aprendiam cortesia e boas maneiras desde o berço. A família de Bahá'u'lláh era descendente de ministros e a tradição da família, à parte dos Seus ensinamentos divinos, exigia a cortesia como um principio obrigatório, o que assegurou que uma conduta nobre e polida distinguisse Shoghi Effendi desde a sua infância.

Naqueles dias da infância de Shoghi effendi era hábito levantar-se de madrugada e permanecer uma hora do dia na sala do Mestre. As crianças sentavam-se no chão com as pernas cruzadas, os braços cruzados sobre o peito em grande respeito, e quando 'Abdu'l-Bahá pedia elas entoavam orações.

A refeição matinal era chá, preparado no "samovar" e servido em pequenos copos de cristal, muito quente e doce, pão de trigo e queijo de leite de cabra. Shoghi Effendi era sempre o primeiro a levantar-se e a chegar à sala.

Um dia, Shoghi Effendi entrou no quarto do Mestre, pegou na Sua pena e tentou escrever. 'Abdu'l-Bahá puxou-o para Seu lado, deu-lhe uma suave palmada nos ombros e disse-lhe:

"Agora não é tempo de escrever, agora é tempo de brincar. Escreverás muito no futuro."

No entanto, o desejo de Shoghi Effendi em aprender levou o Mestre a formar uma classe para crianças com um professor persa.

Shoghi Effendi tinha um coração tão bom e era de uma natureza tão doce que se por acaso tivesse ofendido algum companheiro - coisa que nunca fazia, a menos que o tivessem burlado ou envolvido em alguma intriga- não ia dormir sem antes abraçá-lo e deixá-lo feliz; ele sempre insistia com os seus amigos para que fizessem as pazes antes de ir para cama.

A ÚLTIMA VONTADE E TESTAMENTO DE 'Abdu'l-Bahá

O Monte Carmelo fica em Haifa, junto ao mar Mediterrâneo. Nas suas encostas há ciprestes, romãzeiras e oliveiras. Nos seus terraços situam-se os lugares sagrados Bahá'ís, os túmulos do Báb e de 'Abdu'l-Bahá; da esposa de Bahá'u'lláh; do Seu filho que morreu na prisão; da Sua filha Bahíyyih.

O túmulo do Próprio Bahá'u'lláh encontra-se do outro lado da baía, em Bahjí, próximo da cidade de 'Akká.

Foi num dia do outono de 1921 que os amigos transportaram o corpo de 'Abdu'l-Bahá para o Monte Carmelo e colocaram-no a repousar junto ao túmulo do Báb. Choravam por Ele, que havia partido, e, pelo destino da Causa.

Como poderiam eles, sozinhos no mundo, estabelecer a Fé Mundial de Bahá'u'lláh, formar as Assembléias, construir as Casas de Adoração, espalhar os ensinamentos em todas as partes do mundo?

Talvez pensassem, naquele momento, que o Báb havia enfrentado um pelotão de fuzilamento em vão; que talvez o corpo de Bahá'u'lláh tinha ficado marcado pelas correntes, sem propósito algum; que o sangue dos mártires tinha sido derramado inutilmente e que a vida de 'Abdu'l-Bahá ficaria apenas na memória. Talvez até, essa Fé também se dispersasse em seitas, a exemplo das religiões anteriores, e que o seu poder se esgotasse perdendo-se finalmente.

Então, ao abrirem a "Última Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá" leram:

"Ó MEUS AMADOS AMIGOS! APÓS O PASSAMENTO DESTE INJURIADO VOLTAI-VOS PARA SHOGHI EFFENDI, BISNETO DE Bahá'u'lláh, VISTO SER ELE O SINAL DE DEUS, O RAMO ESCOLHIDO... O GUARDIÃO DA CAUSA DE DEUS."

E sob a guia de Shoghi Effendi, bisneto de Bahá'u'lláh, a Fé Bahá'í circundou o planeta, unindo judeus e budistas, cristãos e muçulmanos, ocidentais e orientais, negros e brancos, ricos e pobres, velhos e jovens, acadêmicos e iletrados.

As comunidades Bahá'ís são um exemplo vivo das palavras de Bahá'u'lláh:

"Ó BEM AMADOS! NÃO VOS CONSIDEREIS ESTRANHOS UNS AOS OUTROS. A TERRA É UM SÓ PAÍS E A HUMANIDADE OS SEUS CIDADÃOS."


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