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Um novo Modo de Vida
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AEN Estados Unidos : Um novo Modo de Vida
Um novo Modo de Vida
O que Significa Ser Jovem Bahá'í
Traduzido do original inglês: A New Way of Life

Assembléia Espiritual Nacional dos Bahá'ís do Brasil

INTRODUÇÃO

Ser jovem Bahá'í no dia de hoje implica numa distinção, numa responsabilidade e num desafio sem precedentes. Sobretudo, para aqueles que dedicam a vida a seus altos desígnios, a Fé Bahá'í traz uma convicção espiritual da vitória final de suas aspirações mais elevadas. Unidade mundial - ordem mundial - paz mundial - são estas as metas. Ousa a humanidade ter aspiração inferior, num século que oferece tudo, ou nada? Num século que oferece a realização do antiqüíssimo sonho da paz universal?

Esta hora da história vem a ser também uma hora de decisão pessoal para os jovens Bahá'ís, os custódios do futuro. Suas energias criadoras, seus recursos mentais e espirituais, ocultos mas potentes, estão prontos para serem galvanizados e lançados na arena do serviço. A plena força de sua vitalidade moral e intelectual, os dons espirituais que Deus lhes concedeu, esperam ainda seu completo desenvolvimento e sua infusão na estrutura da sociedade.

Quais são esses dons? Como são desenvolvidos? Como podem ser transformados na mais efetiva contribuição? E como haveremos de mitigar as poderosas forças do materialismo que a tal ponto solapam o esforço criador? São estes os problemas da vida sobre os quais a Revelação de Bahá'u'lláh derrama luz. Ao agir de acordo com esta fonte de orientação e força, o jovem Bahá'í torna-se conhecedor e eficiente realizador num mundo varrido por crises. Ele aprende a reconhecer o verdadeiro significado da transformação que Deus está efetivando entre os homens e as nações. E é sua a oportunidade de se tornar parte do próprio processo transformador que há de proporcionar a todos os seres a cidadania no Reino de Deus.

A Revelação Bahá'í, este novo desabrochamento de todas as plantações religiosas do passado, está, ela própria, ainda na primavera de seu poder e de sua promessa. A não ser que se tivesse sido um jovem no primeiro século da Fé - um Quddús ou um Badi', dando sua vida destemidamente no caminho do Báb ou de Bahá'u'lláh - jamais houve um tempo tão pleno de oportunidades, como hoje, para se despender os talentos da vida em serviço a Deus e à humanidade.

Hoje o jovem não precisa escolher entre o raciocínio e a fé. Bahá'u'lláh eliminou as barreiras que puseram a ciência e a religião em campos opostos, armados um contra outro. Agora estes poderes são vistos corretamente, em sua verdadeira perspectiva, sendo ambos dádivas de Deus, Fonte de tudo, e apoiando e fortalecendo um ao outro, em equilíbrio, assim como as asas de uma gigantesca aeronave.

Graças à ciência, foram diminuídos tempo e espaço. Os povos da África, da Ásia, da Europa e da América - todos são vizinhos. Portas estão se abrindo em volta do planeta, violentamente muitas vezes, quando se aplica apenas a força, sem a orientação do espírito. A maior barreira, entretanto, está ainda por conquistar.

Hoje Bahá'u'lláh nos desafia a sermos pioneiros espirituais e conquistarmos a "cidade do coração humano". "Abri, ó povos, a cidade do coração humano com a chave das vossas palavras", diz Ele no livro Gleanings. Diz-nos, mais, que a cada um foi prescrita uma medida predeterminada de responsabilidade. Então, como conselheiro afetuoso, põe nossos pés no caminho do serviço com estas palavras: "Que seja visto agora o que os vossos esforços na senda do desprendimento haverão de revelar".

As seguintes seleções dos Escritos Bahá'ís são apresentados como apenas um breve guia para o modo de vida Bahá'í e evolução a uma nova raça de homens. A fim de adquirirmos uma compreensão mais profunda, deveríamos ler e estudar os próprios livros nos quais se encontram os trechos citados. Algumas cartas de Rúhiyyih Khánum dirigidas especialmente à juventude Bahá'í são também incluídas no apêndice.

ORAÇÃO PELOS JOVENS

Ó Deus! Ilumina este jovem e fortalece este fraco! Dá-lhe conhecimento e, a cada amanhecer, aumenta suas forças. Assim será ele abrigado e amparado em Tua proteção, contra todo pecado, para que possa servir a Tua Causa, guiar os desviados, conduzir os pobres ou fracos, libertar aqueles que estão no cativeiro, despertar os letárgicos e ser feliz com Tua lembrança e com os pensamentos em Ti. Tu és o Poderoso, o Sábio!

- 'Abdu'l-Bahá
PADRÕES PARA UMA NOVA RAÇA
Um Elevado Padrão Moral

Ó amigos! Não descuideis das virtudes das quais fostes dotados, nem menosprezeis vosso elevado destino... Vós sois as estrelas do céu da compreensão, a brisa que sopra ao romper do dia, as suaves correntes d'água das quais há de depender a própria vida de todos os homens, as letras inscritas em Seu sagrado pergaminho. (ADJ)

Sede os fideicomissários de Deus entre Suas criaturas e os emblemas de Sua generosidade entre Seu povo. Os que seguem os desejos lascivos, as inclinações corruptas, erram e dissipam seus esforços. Estão, em verdade, entre os perdidos. Esforçai-vos, ó povo, a fim de que vossos olhos se dirijam para a misericórdia de Deus, vossos corações estejam preparados para Sua maravilhosa lembrança, vossas almas repousem, confiantes em Sua graça e generosidade, e vossos pés trilhem o caminho de Sua Vontade. (GL)

O brilho da luz da castidade irradia-se sobre os mundos espirituais e sua fragrância se difunde até alcançar o Mais Sublime Paraíso. (ADJ)

Bahá'u'lláh... inculca-lhes (Seus seguidores) o mais perfeito asseio, estrita veracidade, imaculada castidade, fidedignidade, hospitalidade, fidelidade, cortesia, tolerância, justiça e eqüidade... (PD)

Uma vida casta e santa deve ser o fator orientador da conduta de todos os Bahá'ís, não só em suas relações sociais com os membros de sua própria comunidade, mas também no seu contato com o mundo em geral. Tal vida deve adornar e reforçar o incessante trabalho e os meritórios esforços daqueles na invejável posição de propagadores da Mensagem e administradores dos assuntos da Fé instituída por Bahá'u'lláh. Deve ser mantida, em toda sua integridade e todas as suas implicações, em toda fase da vida dos que preenchem as fileiras desta Fé, quer seja em seus lares ou em suas viagens, em seus clubes, sociedades, diversões, escolas ou universidades. A esse fator deve ser dispensada consideração especial por aqueles que dirigem as atividades sociais das escolas de verão Bahá'ís, e em quaisquer outras ocasiões em que a vida da comunidade Bahá'í seja organizada e promovida. Deve ser íntima e continuamente identificada com a missão da Juventude Bahá'í, não só como elemento na vida da comunidade bahá'í, mas também como fator no futuro progresso e orientação da juventude de seu próprio país.

Tal vida casta e santa, com suas implicações de modéstia, pureza, temperança, decência e mente sadia, requer nada menos que o exercício de moderação em tudo o que diz respeito ao vestuário, à linguagem, aos divertimentos e todas as atividades artísticas e literárias. Exige uma vigilância diária no controle dos desejos carnais e inclinações corruptas. Exige que se evite conduta frívola com seu excessivo apego a prazeres triviais e, muitas vezes, mal orientados. Requer a abstenção total de todas as bebidas alcoólicas, do ópio e de qualquer narcótico semelhante formador do vício. Condena a prostituição da arte e da literatura, a prática do nudismo e da co-habitação, a infidelidade em relações maritais, e toda espécie de promiscuidade, de excessiva liberdade e de vícios sexuais. Não pode tolerar nenhuma complacência para com as teorias, os padrões, os hábitos e os excessos de uma era decadente. Não antes, procura demonstrar, mediante a força dinâmica de seu exemplo, o caráter pernicioso de tais teorias, a falsidade de tais normas, a vacuidade dessas pretensões, a perversidade desses hábitos e o caráter sacrílego esses excessos. (ADJ)

A Necessidade da Oração

Como atingir espiritualidade é, de fato, uma questão para a qual todo jovem, mais cedo ou mais tarde, há de tentar encontrar uma resposta satisfatória. É precisamente porque não foi encontrada ainda uma resposta satisfatória, que a juventude moderna se acha confusa e, conseqüentemente, está sendo levada pelas forças materialistas que tão poderosamente solapam os alicerces da vida moral e espiritual do homem... Essa condição tão lastimavelmente mórbida, na qual a sociedade caiu, é a que as religiões procuram melhorar e transformar. O âmago da fé religiosa é o sentimento místico que une o homem a Deus, e este estado de comunhão espiritual pode ser alcançado e mantido por meio da meditação e da prece. Eis a razão por que Bahá'u'lláh tanto relevo deu à importância da adoração a Deus. Não é suficiente que o Bahá'í apenas aceite e observe os ensinamentos; deve, além disso, cultivar o senso de espiritualidade que pode ser adquirido mormente através da oração.

Assim os Bahá'ís, especialmente os jovens, devem compreender a necessidade de orar, pois a oração é absolutamente indispensável ao seu desenvolvimento intimo, espiritual, o que, como já expusemos, é o próprio alicerce e propósito da religião de Deus. (B.N. 102)

Algumas Leis Bahá'ís
ORAÇÃO E JEJUM

Quanto ao jejum, constitui, juntamente com as orações obrigatórias, os pilares que sustentam a Lei revelada por Deus. Agem como estimulantes para a alma, fortalecendo-a, ressuscitando-a, purificando-a e, deste modo, asseguram seu constante desenvolvimento... É essencialmente um período de meditação e prece, de recuperação espiritual, durante o qual o Bahá'í deve esforçar-se por fazer o reajustamento necessário em sua vida interior, refrescando e revigorando as forças espirituais latentes em sua alma. (B.C.)

CASAMENTO

O casamento para o Bahá'í significa que o homem e a mulher devem unir-se, espiritual e fisicamente, a fim de que possam ter unidade eterna, em todos os mundos divinos, e melhorar a vida espiritual um do outro...

Conseqüentemente, quando povo de Bahá deseja entrar na sagrada união do casamento, relação ideal e eterna, associação espiritual e física de pensamentos e conceitos da vida devem existir entre eles, de modo que esta união possa continuar para sempre e sempre, em todos os graus da existência e em todos os mundos de Deus, pois esta verdadeira união é um esplendor da luz do Amor Divino. (BWF)

Bahá'u'lláh afirmou claramente que o consentimento de todos os pais vivos é exigido para o casamento bahá'í, quer sejam eles Bahá'ís ou não, divorciados há anos ou não. Esta grande lei, Ele a estabeleceu a fim de fortalecer a estrutura social, estreitar os laços do lar, incutir nos corações dos filhos certa gratidão e respeito por aqueles que lhes deram vida e fizeram suas almas iniciarem sua eterna jornada para seu Criador...

Na cerimônia do casamento bahá'í, o coordenador da Assembléia com o secretário devem funcionar como seus representantes... A cerimônia deve ser a mais simples possível, sendo usadas, por ambos, as palavras que Bahá'u'lláh ordenou, e havendo também, se assim desejam, a leitura de extratos dos escritos e orações. Não deve haver mistura de formas antigas com a nova e simples de Bahá'u'lláh.

EDUCAÇÃO PARA A NOVA ERA
Lei da Nova Era

Bahá'u'lláh declara que toda a humanidade deve adquirir conhecimentos, deve receber uma educação. É princípio necessário da crença e prática religiosa, sendo isto caracteristicamente novo nesta era. (BWF)

A educação é essencial, e todos os padrões de ensino em toda parte do mundo humano devem ser harmonizados; é preciso estabelecer um currículo universal e uma base ética que seja a mesma para todos. (BWF)

Se um homem envidar todos os esforços na aquisição de uma ciência ou no aperfeiçoamento de uma arte, será como se ele tivesse adorado a Deus nos templos e igrejas.

Nesta grande era, o estudo de uma arte ou uma profissão é idêntico a um ato de adoração... quando é com o intuito de obedecer o mandamento de Deus, será realizado com facilidade, certamente, e breve haverá grande progresso. E quando os outros perceberem essa fragrância de espiritualidade em sua ação, serão atraídos. (BWF)

O Propósito da Educação

Dirigi vossas mentes e vossas vontades à educação dos povos e raças da terra, para que talvez as dissensões que a dividem possam ser apagadas de sua face, através do poder do Nome Supremo, e todos os homens venham a ser sustentadores de uma só Ordem e habitantes de uma só Cidade... (GL)

Ele (Deus) nos deu ouvidos para que pudéssemos ouvir e tirar proveito da sabedoria dos filósofos e eruditos, e nos levantar para promovê-la e segui-la. Fomos dotados de faculdades e sentidos para serem aplicados ao serviço do bem geral, de modo que nós, distinguidos acima das demais formas de vida em preceptibilidade e raciocínio, pudéssemos labutar em todos os tempos e em todos os setores, quer fosse de grande ou de pouca importância a ocasião, usual ou extraordinária, até que toda a humanidade fosse seguramente acolhida na inexpugnável cidadela do conhecimento. Deveríamos estar continuamente estabelecendo novas bases para a felicidade humana, criando e promovendo novos instrumentos para este fim...

Cada indivíduo, antes de empreender o estudo de qualquer matéria, deve perguntar a si próprio qual é sua utilidade, quais são os frutos e resultados a serem derivados. Se é um ramo útil de conhecimento, isto é, se a sociedade há de ganhar importantes benefícios, então, certamente, ele deverá de todo coração devotar-se a esse estudo. Se não, se consiste em debates vácuos, improficuos, numa vã concatenação de fantasias que a nenhum resultado conduzam senão a dissabores, por que dedicar a vida a tão inúteis disputas e minúcias?

Necessária a Educação Divina

... a educação é de três espécies: material, humana e espiritual.

A educação material trata do progresso e desenvolvimento do corpo, pela obtenção de seu sustento, seu conforto e bem-estar materiais. Esta educação é comum ao homem e ao animal.

A educação humana significa civilização e progresso... governo, administração, obras de caridade, profissões, artes e ofícios, ciências, grandes invenções e descobertas de leis físicas - ou sejam as atividades essenciais ao homem como um ser distinto do animal.

A educação divina é a do Reino de Deus: consiste na aquisição das perfeições divinas. É esta a educação verdadeira... É a meta suprema do mundo humano. (RAP)

O homem está no auge da materialidade e no começo da espiritualidade... Ele tem o lado animal bem como o engélico; e o propósito do educador é treinar a alma humana a tal modo que seu aspecto angélico possa vencer o animal... Em nenhuma outra espécie no mundo há tal diferença, contraste, contradição e oposição como no gênero humano... Se ele entrar na sombra do Verdadeiro Educador e for devidamente ensinado, tornar-se-á a essência das essências... (RAP)

... os santos Manifestantes de Deus, os Profetas divinos, são os primeiros instrutores da espécie humana. São os educadores universais, e os princípios básicos por eles estabelecidos são os fatores, as causas, do adiantamento das nações. (FWU)

A Capacidade Humana para o Conhecimento

O homem é o supremo talismã. A falta da devida educação, porém, privou-o daquilo que ele inerentemente possui. Por uma palavra oriunda dos lábios de Deus, foi ele chamado à existência; por mais uma palavra, foi guiado a reconhecer a Fonte de sua educação; por ainda outra palavra, sua condição e seu destino foram salvaguardados... Considerai o homem uma mina rica em jóias de inestimável valor. Somente a educação pode fazê-la revelar seus tesouros e capacitar a humanidade para receber estes benefícios.

Deus concedeu ao homem os olhos da investigação com os quais ele pudesse ver e reconhecer a verdade. Dotou-o de ouvidos para que pudesse ouvir a mensagem da realidade, e lhe conferiu o dom do raciocínio, por meio do qual pudesse descobrir as coisas por si próprio. Assim, pois, foi ele dotado e aparelhado para a investigação da realidade. O homem não foi destinado a ver com os olhos de outrem, nem ouvir pelos ouvidos dos outros, nem compreender com o cérebro de outra pessoa. Cada criatura humana tem sua doação individual, seu poder e suas responsabilidades individuais no plano criativo de Deus. É dever de cada um investigar a realidade; a investigação da realidade por outrem não nos servirá. (FWU)

Todas as bênçãos são divinas em sua origem, mas nenhuma pode ser comparada a este poder da investigação, das pesquisas intelectuais, o qual é uma dádiva eterna e produz frutos de infindável deleite... Deveis, pois, envidar os mais sinceros esforços para a aquisição das ciências e letras. Quanto mais adquirirdes, mais alto será vosso padrão no desígnio divino. O homem de ciência tem discernimento, é dotado de visão, enquanto aquele sem instrução, que descuidou deste desenvolvimento, é cego. A mente que investiga, está atenta, viva; a mente apática é surda, é morta. O homem de ciência é um verdadeiro índice e representante da humanidade, pois através dos processos da indução e da pesquisa, ele se informa de tudo o que se refere à humanidade - seu estado, suas condições e eventualidades. Estuda o corpo político do homem, entende seus problemas sociais e tece a estrutura da civilização. De fato, a ciência pode ser comparada a um espelho no qual se refletem as infinitas formas e imagens das coisas existentes... Buscai conhecimentos, pois, com diligência, e esforçai-vos por atingir tudo o que possa ser abrangido por meio desta maravilhosa dádiva...

Evidentemente, se bem que a educação melhore a moral da humanidade, confira as vantagens da civilização e eleve o homem dos graus mais baixos para o da sublimidade, há... uma diferença na capacidade inerente ou natal dos indivíduos... Embora as capacidades não sejam iguais, todo membro da raça humana tem, entretanto, alguma capacidade para a educação. (FWU)

ENSINANDO A CAUSA DE DEUS
Preparação para o Ensino

Os jovens na Fé devem estudar profunda e refletidamente seus ensinamentos a fim de poderem transmiti-los de tal modo que a todos convençam de que os seus problemas têm remédio. Devem compreender a Administração para que possam, sábia e eficientemente, administrar os sempre crescentes assuntos da Causa; e devem exemplificar o modo Bahá'í de viver. Tudo isso não é fácil - mas o Guardião sempre se alenta ao ver o espírito que anima os jovens Bahá'ís como você. Ele nutre altas esperanças das realizações de sua geração. (B.W. XII)

Quer sejam na qualidade de organizadores, ou como trabalhadores incumbidos da execução da própria tarefa, aqueles que participam em tal campanha devem, como preliminar essencial ao desempenho de seus deveres, familiarizar-se completamente com os vários aspectos da história e dos ensinamentos de sua Fé. Em seus esforços por atingir tal objetivo, devem estudar por si próprios, conscienciosamente e com a máxima assiduidade, a literatura de sua Fé, penetrar em seus ensinamentos, assimilar suas leis e seus princípios, ponderar suas admoestações, doutrinas e propósitos, decorar algumas de suas exortações e orações, assenhorear-se da essência de sua administração, e acompanhar seu desenvolvimento e seus acontecimentos mais recentes.

Pontos que a Juventude Deve Frisar

Primeiro é o fato sumamente importante de que, nesta era, através das potencialidades libertadas pela Revelação de Bahá'u'lláh, a humanidade está entrando na etapa mais elevada e mais significativa de seu desenvolvimento, isto é, na maturidade, e que os Bahá'ís, portanto, vêem as convulsões que hoje agitam a sociedade, em todos os setores da atividade humana, como sinais e evidências deste novo crescimento. Os distúrbios sociais que hoje testemunhamos - a confusão moral, as transformações econômicas e políticas, as mais rápidas e catastróficas já vistas pela humanidade - tudo isso assinala as dores do nascimento da Nova Ordem revelada por Deus para esta era.

Em segundo lugar, depois deste ensinamento sobre a madureza da humanidade - e seu corolário - está o princípio da unidade do gênero humano, o qual, disse 'Abdu'l-Bahá repetidamente, constitui o distintivo da Revelação Bahá'í. As implicações deste princípio da unidade do gênero humano são muitas e de vasto alcance, e são estes, segundo o Guardião, que nossos jovens Bahá'ís devem frisar em suas palestras e em suas atividades, assim provando, pelos seus atos tanto como pelas suas palavras, sua fiel e plena adesão a este princípio fundamental da Fé.

Acima de tudo, eles devem envidar seus esforços em livrar-se de todos os seus preconceitos ancestrais, quer sejam de raça, credo ou classe, e assim, por exemplo de suas vidas, atrair numerosos simpatizantes à Causa. Num tempo em que o preconceito racial está se espalhando e tornando-se tão intenso, devem empenhar-se constantemente para se associarem aos membros de todas as raças, e assim demonstrarem ao mundo a vacuidade, ainda mais a estupidez, das doutrinas e filosofias raciais que cada vez mais envenenam as mentes de indivíduos, classes e nações no mundo inteiro.

Este é o alto padrão de pensamento e de conduta que o Guardião deseja ver mantido, estrita e fielmente, pela juventude bahá'í. Que eles, cada um e todos, se levantem e vivam de acordo com seus elevados e nobres ideais! (Shoghi Effendi - Bahá'í Youth, An International Bulletin, fevereiro de 1939)

Como o Mestre Ensinava

... Levantemo-nos na promoção de Sua Causa, com integridade, convicção, compreensão e vigor. Seja isto o dever mais urgente e de suma importância para todo bahá'í. Façamos disto a paixão dominante de nossa vida. Espalhemo-nos até os mais remotos cantos da terra; sacrifiquemos nossos próprios interesses, confortos, gostos e prazeres pessoais; associemo-nos aos vários povos e raças do mundo, familiarizando-os com seus modos, suas tradições, seus pensamentos e costumes; despertemos, estimulemos e mantenhamos interesse universal na Fé, ao mesmo tempo nos esforçando, por todos os meios ao nosso alcance, com uma atenção coordenada e persistente, para alistarmos a lealdade incondicional e o apoio ativo dos mais promissores e receptivos dentre nossos ouvintes. Tenhamos em mente o exemplo que nosso amado Mestre pôs claramente diante de nós. Com sabedoria e tato no início, alerta e atencioso nos primeiros contatos, mostrando largueza e liberalidade em todos os seus discursos públicos, cauteloso, desdobrando gradativamente as verdades essenciais da Causa, apaixonado em Seu apelo porém sóbrio em argumento, confiante em tom, inabalável em Sua convicção, de infalível dignidade - tais foram as características que distinguiam a nobre apresentação da Causa de Bahá'u'lláh por nosso amado Mestre. (B.A.)

Exemplo da Juventude Bahá'í

... Os jovens Bahá'ís de cada cidade devem dar grande importância à manutenção de contato com clubes e várias atividades locais da juventude, e devem tornar conhecidos os seus pontos de vista, ao maior número de jovens e de todas as maneiras possíveis. Sobretudo, devem dar-lhes um bom exemplo; castidade, gentileza, amabilidade, hospitalidade, radiante otimismo acerca da futura felicidade e bem-estar do gênero humano, devem distingui-los e conquistar o amor e a admiração dos jovens colegas. A falta mais notável na vida moderna é a de um elevado padrão de conduta e bom caráter; os jovens Bahá'ís devem demonstrar ambos, se esperam ganhar seriamente para a Fé membros de sua geração tão penosamente desiludidos e tão contaminados pela licenciosidade proveniente da guerra. (B.N. 188)

Pioneiros no Estrangeiro

Aqueles que abandonaram seu país a fim de ensinar Nossa Causa - a estes o Espírito Fiel fortalecerá com seu poder... Tal serviço é, em verdade, o príncipe de todos os feitos bons, o ornamento de toda boa ação. (GL)

Sinto que deve ser dirigida uma palavra, especialmente, à Juventude Bahá'í da América, pois observo as possibilidades que uma campanha de tão gigantesca proporções oferece ao espírito ardente e empreendedor que os anima tão poderosamente no serviço à Causa de Bahá'u'lláh. Embora inexperientes e enfrentados com escassez de recursos, seu espírito intrépido, entretanto, e o vigor, a vigilância, o otimismo que eles até agora têm mostrado tão consistentemente, qualificam-nos para desempenharem um papel ativo em despertar o interesse de seus jovens colegas naqueles países e em conseguir sua lealdade. Para os povos de ambos os continentes, não pode haver maior demonstração da vitalidade juvenil e do poder vibrante que animam a vida e as instituições da Fé nascente instituída por Bahá'u'lláh, do que esta: a participação inteligente, persistente e efetiva da juventude Bahá'í - oriunda de todas as raças, nacionalidades e classes - nas atividades Bahá'ís, tanto no setor do ensino como no da administração. Tal participação há de impressionar os críticos e inimigos da Fé enquanto observam, com graus variáveis de ceticismo e ressentimento, os processos evolucionários da Causa de Deus e suas instituições, e será o melhor modo de convencê-los da verdade indubitável de que esta Causa está intensamente viva, está sã até o próprio âmago, e que seu destino está salvaguardado. Espero - e mais, rezo - que essa participação possa não só contribuir para a glória, o poder e o prestígio da Fé, mas também reagir tão poderosamente na vida espiritual dos membros jovens da Comunidade Bahá'í, e a tal ponto galvanizar suas energias, que lhes dê o poder de demonstrar mais completamente suas capacidades inerentes e desdobrar mais uma etapa em sua evolução espiritual à sombra da Fé instituída por Bahá'u'lláh. (ADJ)

CONSTRUINDO UM MUNDO NOVO
Um Mundo em Transição

Ao contemplarmos o mundo ao nosso redor, somos forçados a observar as múltiplas evidências daquela fermentação universal que em cada continente do globo e em cada departamento da vida humana, quer seja o religioso, o social, o econômico ou o político, está purgando e reformando a humanidade em antecipação ao dia em que o gênero humano venha a ser reconhecido como um todo, e estabelecida sua unidade. Um processo duplo pode ser distinguido, porém, sendo que cada parte, de seu próprio modo, e aceleradamente, tende a levar a um clímax as forças que transformam a face de nosso planeta. A primeira parte é essencialmente um processo integrante, enquanto a segunda é fundamentalmente destruidora... O processo construtivo está associado à Fé nascente trazida por Bahá'u'lláh e é o arauto da Nova Ordem Mundial que esta Fé, dentro em breve, há de estabelecer. As forças destrutivas que caracterizam a outra parte do processo devem ser identificadas com uma civilização que recusou corresponder às expectativas de uma nova era e, conseqüentemente, está caindo em caos e declínio. (WOB)

Uma Nova Raça de Homens

A Fé que Bahá'u'lláh instituiu tem assimilado, em virtude de suas energias criativas que orientam e enobrecem, as várias raças, nacionalidades, credos e classes que procuraram abrigar-se à sua sombra e hipotecaram inabalável fidelidade à sua causa. Esta Fé tem transformado os corações de seus aderentes, desarraigando-lhes os preconceitos e acalmando as paixões; tem exaltado seus conceitos, enobrecido seus motivos, coordenado seus esforços e mudado sua perspectiva. Enquanto lhes preservava o patriotismo e salvaguardava as lealdades menores, tornou-os amantes da humanidade e os resolutos sustentáculos de seus melhores e mais verdadeiros interesses. Enquanto mantinha intacta sua crença na origem divina de suas respectivas religiões, esta Fé capacitou-os para perceberem o propósito fundamental dessas religiões, descobrirem seus méritos, reconhecerem sua seqüência, sua interdependência, sua inteireza e unidade, e verificarem o elo que as liga vitalmente a ela mesma. Este amor universal, transcendente, que os adeptos da Fé Bahá'í sentem por seus semelhantes de qualquer raça, credo, classe ou nação, não é misterioso, nem se pode dizer que haja sido estimulado artificialmente. É tão espontâneo como genuíno. Aqueles cujos corações são aquecidos pela influência vitalizadora do amor criativo de Deus estimam Suas criaturas por Sua causa e reconhecem em cada face humana um sinal de Sua refletida glória. (WOB)

Unidade Mundial - A Meta

A longa época da infância, pela qual a raça humana teve que passar, já se afastou. A humanidade está experimentando agora as comoções que se associam, invariavelmente, à etapa mais turbulenta em sua evolução, a da adolescência, quando a impetuosidade da juventude e sua veemência chegam ao clímax e devem ser substituídas, pouco a pouco, pela calma, pela sabedoria e pela madureza que caracterizam a etapa adulta. Então a raça humana atingirá sua plena estatura, a qual a capacitará para adquirir todos os poderes e faculdades dos quais seu desenvolvimento final há de depender.

A unificação da humanidade inteira é o distintivo da etapa da qual a sociedade humana atualmente se aproxima. A unidade de família, a de tribo, a de cidade-estado e a de nação foram sucessivamente experimentadas e completamente estabelecidas. A unificação do mundo é a meta à qual a humanidade em sua aflição dirige os seus esforços.

Quem duvidará de que tal consumação - o amadurecimento da raça humana - terá, por sua vez, de assinalar a inauguração de uma civilização mundial com olhos mortais jamais viram, nem mente humana concebeu? Quem poderá imaginar o elevado padrão que tal civilização, ao se desenvolver, é destinada a atingir? Quem poderá medir as alturas às quais a inteligência humana, liberta de seus grilhões, há de voar, ou imaginar os domínios que o espírito humano, vitalizado pela luz irradiante de Bahá'u'lláh, brilhando na plenitude de sua glória, há de descobrir? (WOB)

Oportunidade para a Juventude

O papel que cabe à juventude é muito grande; sua é a oportunidade de resolver exemplificar, realmente, por palavra e ação, os ensinamentos de Bahá'u'lláh, e mostrar à sua geração que a Nova Ordem Mundial instituída por Ele é uma realidade tangível nas vidas dos que O seguem. (B.N. 190)

Os jovens de hoje devem demonstrar maior maturidade do que qualquer geração anterior, pois deles será exigido que passem pela crise mais grave, talvez, na história do mundo, e deverão enfrentar seu destino com fé, constância e estabilidade. (B.W. XII)

As atividades, as esperanças e os ideais da juventude Bahá'í na América, como em todas as outras partes do mundo, acolho carinhosamente em meu coração. Sua é a responsabilidade suprema e desafiadora, a de promover os interesses da Causa de Deus nos dias vindouros, coordenar suas atividades mundiais, ampliar seu âmbito, salvaguardar sua integridade, enaltecer sua virtude e traduzir seus ideais e objetivos em realizações memoráveis e imperecedouras. É uma tarefa imensa, a um tempo santa, estupenda e cativante. Que o espírito de Bahá'u'lláh os proteja, inspire e sustente na prossecução de sua tarefa determinada por Deus.

APÊNDICE
CARTAS DE RÚHIYYIH KHÁNUM À JUVENTUDE
A Distinção de Ser Bahá'í

São tremendos estes dias em que estamos vivendo. Hoje se exige do jovem Bahá'í que enfrente um desafio dirigido especialmente a ele. Avançar, irradiante, ardendo de zelo e devoção, pronto para difundir em toda parte os princípios da Causa, não basta... Não importa por qual caminho nos tenhamos aproximado da Fé Bahá'í, quer por nós mesmos, após árdua busca, ou nascidos e criados em lares Bahá'ís. Devemos compreender a importância de nos determos para fazer uma avaliação de nós mesmos.

Lembram-se das palavras de Shoghi Effendi, Guardião da Fé Bahá'í? "Nosso o dever", disse ele, "por sombria que seja a perspectiva, e por mais circunscritos os recursos a nosso dispor, labutarmos serenamente, confiantes, prestando nosso quinhão de assistência, ininterruptamente, de qualquer modo que as circunstâncias nos permitam, à operação das forças que, dispostas e dirigidas por Bahá'u'lláh, estão conduzindo a humanidade para fora do vale da vergonha até os mais sublimes pináculos do poder e glória".

Podemos imaginar a relação dos Bahá'ís com o resto do mundo como a de um novo continente surgindo do mar. Os seres humanos nesta nova terra possuem características, costumes e sistemas inteiramente diferentes dos daqueles que habitam os cinco continentes de nossa terra. Estas pessoas vivem num mundo verdadeiramente novo. Quando visitam as velhas nações, espantam-se diante do obsoletismo dos pensamentos e métodos, da falta de eficiência espiritual e do desperdício de tempo com aquilo que é destruidor em vez de algo construtivo.

Em outras palavras, nós como Bahá'ís nos sentimos partes integrantes de alguma coisa que os povos do mundo não possuem ainda. É nossa função sermos conscientemente diferentes daqueles que nos rodeiam. De outro modo, por que nos dizermos Bahá'ís? Por que não sermos apenas mais um membro de uma escola de pensamento progressivo, procurando exercer uma influência altruísta sobre nossos concidadãos?

Cidadania do Reino

Nossos pensamentos e atos deveriam distinguir-nos de nossos semelhantes de tal modo que não só prendessem sua atenção mas também nos fizessem afigurar como outra espécie, tanto que os outros sentissem emanar de nós a realidade viva, vibrante, de um estado de consciência e um caráter muito remoto de qualquer coisa que eles já tenham conhecido. Pareceríamos haver vindo de um mundo infinitamente diferente e melhor do que o deles - um mundo a ser desejado, um mundo pelo qual convém lutar, acima de tudo mais.

Falar sobre a atitude verdadeiramente Bahá'í é muito fácil, mas viver de acordo é, de fato, outra coisa. Guerra, ódio e recriminação inundam os éteres do mundo. Mil vozes em contenda levantam-se numa vasta Bábel de discórdia e vilificação. Cada nação convoca seus súditos para substanciarem plenamente suas doutrinas, as quais são puramente de interesse próprio. A confusão e perplexidade dos seres humanos aumentam cada hora. Desta peleja sombria - contenda racial, social e política - os Bahá'ís são obrigados a manter-se afastados. Devem guardar-se do perigo de serem levados por essas correntes ameaçadoras e de serem contaminados, nem que seja no mínimo grau, pelos venenos que estão viciando a vida de todos os homens. Isto requer força hercúlea, pois em toda parte do globo hoje a plena influência da publicidade, propaganda e agitação está sendo exercida por cada nação para moldar e controlar os pensamentos de seu povo.

Este afastamento não afeta a boa cidadania dos Bahá'ís e nossa prontidão para servir nossa pátria em qualquer capacidade que o governo possa requerer. Nossa é uma obrigação moral, espiritual. A mente e a alma de um Bahá'í estão dedicadas ao serviço de seu semelhante por meio da Fé de Bahá'u'lláh. Confiantes e serenos, devemos prosseguir em nosso caminho. Uma das maiores bênçãos possuídas pelos Bahá'ís é que, nestes tempos de holocausto, nenhuma dúvida temos quanto ao caminho espiritual...

Custódios do Futuro

Somos a geração da transição. Nós nos achamos na brecha entre o velho e o novo. Somos aqueles obrigados a testemunhar um grau de caos e sofrimento em nossa vida como jamais afligiu os filhos dos homens, e sobre os quais todos os Livros Sagrados nos preveniram. Em nossas mãos, num tempo como este, foi entregue o plano de Deus. Cada portador do nome de Bahá'í está sob a sagrada e inescapável obrigação de servir à Sua Fé e seus princípios com firmeza absoluta, não se perturbando, nem cedendo à tentação de se desviar do caminho da Causa, e nunca maculando ou contaminando, por palavra ou ação, as belas vestes da Fé instituída por Bahá'u'lláh. Já nos dedicamos ao serviço de todos os homens; já assumimos a tarefa de erigir uma Ordem Mundial nova, saneadora, divina. Devemos ter sempre em mente o que isto exige de nós, tanto em ações como em palavras, e perceber o inestimável valor, nestes dias, de cada palavra e ação nossa quando oferecida no serviço desta santa Causa.

Nossa atenção deve ser dirigida sempre, não às ações e opiniões de nossos semelhantes confusos e apaixonados, mas sim, às doutrinas e instituições de nossa Fé, claras, práticas e vitalizadoras que são. Nosso senso de solidariedade como o povo de Deus nesta era, os custódios do futuro bem-estar de todos os homens, deve ser uma realidade ardente, sempre em nossa consciência.

Objetivo da Vida

Noutro dia alguém perguntou a Shoghi Effendi: "Qual o objetivo da vida para um bahá'í?" Enquanto o Guardião me repetia sua resposta (pois eu não estivera presente na ocasião), ou melhor, antes que ele me dissesse, eu me perguntava que resposta ele teria dado. Teria dito que para nós o objetivo da vida é conhecer a Deus, ou aperfeiçoar o nosso caráter? Nem imaginava eu, realmente, a resposta que dera: o objetivo da vida para um Bahá'í é promover a unidade do gênero humano. A inteira finalidade de nossa vida é ligada à vida de todos os seres humanos; não é uma salvação pessoal que buscamos, mas sim, uma universal. Não temos que volver os olhos para dentro de nós e dizer: "Agora trabalhem para salvar suas almas e lhes reservar um lugar confortável no mundo vindouro!" Não, incumbe-nos trabalhar para que o céu venha a este planeta. É um conceito muito grande. O Guardião explicou em seguida que nosso objetivo é produzir uma civilização mundial que possa por sua vez reagir sobre o caráter do indivíduo. É, de um modo, o inverso do cristianismo, que começou com a unidade individual e, através desta, atingiu a vida, conglomerada dos homens.

Não quer isso dizer que devamos deixar de podar nossas personalidades e eliminar as ervas daninhas que são nossos defeitos e fraquezas. Quer dizer, sim, que temos que deixar irradiar sobre os outros muito daquilo que sabemos ser a verdade, graças a nosso estudo dos ensinamentos de Bahá'u'lláh. Significa, também, parece-me, que nossa Ordem Administrativa, nossas Assembléias Espirituais, Comitês, Festas de Dezenove Dias e Convenções, nos oferecem um campo de experiência bem à mão e muito desafiador... Cada coisa que concebemos como sendo Bahá'í - amor, justiça, ausência de preconceitos, equidade, liberalidade, compreensão, etc. - deve, em forma vivente, incorporar-se em nossa maneira de tratar de nossos assuntos como um grupo. Quando tivermos unidade em nossa Assembléia, tê-la-emos, provavelmente, ou poderemos produzi-la, em nossa Comunidade. E quando tivermos conseguido isso, multidões começarão a entrar na Causa. Por que não? Que é que o mundo busca senão justamente isto - algo que, na verdade, capacite os homens para trabalharem e viverem em harmonia, unidos?...

O Segredo do Auto-Domínio

Acredita-se que 'Abdu'l-Bahá afirmou que o segredo do auto-domínio está em se esquecer de si próprio. Se há alguma coisa errada na maneira da qual nossa administração funciona, é, que simplesmente não nos esquecemos de nós mesmos. Nosso pequeno ego - ou grande, conforme seja - entra juntinho conosco em nossa Assembléia ou outra reunião, e lá ficamos nós sentados com o nosso complexo de superioridade, ou de inferioridade, ou com nossa saúde normal, aguardando a oportunidade de impormos as nossas opiniões ou de nos aborrecermos 'por causa de uma ofensa imaginária, ou de apenas, inconscientemente, monopolizarmos o tempo, ou estando cansados demais para nos esforçarmos em contribuir com nosso legítimo quinhão. Deveriam permitir que eu dissesse isto, em toda humildade e com profunda compreensão para com todos os meus irmãos Bahá'ís, porque servi em muitos comitês e, uma vez, numa Assembléia, e fico horrorizada, enquanto, por outro lado, me divirto ao lembrar-me de certas atitudes e tolices minhas no passado. Posso recordar o quanto meu próprio ponto de vista me era importante, o quanto me ofendia ou afligia se não era ao menos ponderado com grande consideração, e como acreditava, às vezes, que eu, somente, era Bahá'í firme dentre aqueles presentes, que iam arruinar a Causa por uma decisão de maioria com a qual eu não concordava! Temos de ter paciência não só com os outros mas também conosco mesmos e, além disso, devemos fazer um esforço - e um esforço muito maior - para sermos Bahá'ís onde é da máxima importância, em nossa vida Bahá'í em comum.

Nada neste mundo é mais fácil, realmente, do que dizermos aos outros o que devem fazer; o aperto começa quando tentamos dizer a nós mesmos o que devemos fazer, e fazê-lo. Até nós Bahá'ís sofremos desta mais comum das fraquezas humanas. Estamos propensos a fixas nossa atenção nas falhas de nossos co-membros da Fé e pensar que, se ele (ou ela) não fosse tão grande empecilho, tudo correria melhor em nosso grupo, ou assembléia, ou comunidade. É provável que nossa crítica tenha alguma justificação, naturalmente, mas a crítica pouco ajuda a situação; pelo contrário, é mais provável que desvie nossa atenção continuamente das tarefas mais importantes. Ao mesmo tempo algum preconceito ou falta nossa é, sem dúvida, uma provação e um empecilho para os outros tanto quanto os seus nos são. O melhor modo de dominar nossas fraquezas, parece-me, é duplo: devemos esforçar-nos em nosso próprio aperfeiçoamento porque se nós nos melhorarmos a soma total da comunidade, logicamente, melhorará também, e na mesma proporção; e devemos concentrar nossas energias em trabalhar, realmente, de acordo com a administração, que é uma coisa vivente, dinâmica e não um código de "Faça" e "Não faça".

Os Bahá'ís, animados como são pelo fogo de uma viva convicção religiosa, seguem, em sua maior parte, conscienciosamente, as leis e os princípios de sua Fé. Orgulham-se de seus ensinamentos, amam-nos realmente e com toda sinceridade, procuram viver de acordo com eles. Os sacrifícios que fazem (pois aos olhos dos sofisticados e mundanos parecem ser verdadeiros sacrifícios) tais como a abstenção de bebidas alcoólicas, numa época em que o hábito de beber é o mais generalizado costume social; castidade e nobreza de vida, numa sociedade que em sua maior parte acredita ser desnecessária e prejudicial à saúde qualquer restrição em sua vida sensual: a aceitação da censura e até do ostracismo em preferência à renúncia de sua convicção de que todos, de qualquer cor ou classe, devem ser tratados com absoluta igualdade e ter o direito de se associarem aos demais, livre e carinhosamente - tudo isso eles aceitam alegremente como meio de demonstrar a realidade de sua Fé.

A Ordem Administrativa - Uma Prova de Maturidade

Tendemos a pôr de lado leis espirituais quando tratamos de problemas administrativos. Ser refletirmos, perceberemos que isto é a exata antítese do inteiro conceito de governo bahá'í. Bahá'u'lláh, "o Pai", veio estabelecer o Reino do Céu na terra. Se em realidade acreditamos isso (o que é o fato, naturalmente), então devemos analisá-lo. Implica num mundo dirigido por lei, mas lei espiritual. Implica em ordem, disciplina, organização, mas estas devem ser baseadas nos princípios dados pelo infalível Profeta de Deus, e não construídas pelas mentes mesquinhas e egoístas dos homens. Conseqüentemente o lugar onde se deve ser o Bahá'í mais ativo, vivendo de acordo com seus ensinamentos até o máximo de sua capacidade, é qualquer reunião que represente a Ordem Administrativa...

Pensamos demais em nossas próprias capacidades e habilidades, e muito pouco no que é feito pelo poder de Deus através de qualquer alma pequena - até a mais insignificante - que se dirija àquele poder. O maior exemplo que já vi, da habilidade de uma só pessoa quando se liga ao poder de Deus, foi Martha Root. Não que ela fosse insignificante; ao contrário, era uma mulher bastante talentosa e inteligente. Suas realizações, porém, eram infinitamente além de suas próprias capacidades. E ela sabia isso. Também compreendia claramente o processo em operação. Ela dizia: "É Bahá'u'lláh quem o faz". Era modesta demais para se expressar de um modo mais explícito e dizer: "Eu deixo Bahá'u'lláh fazê-lo".

Cântico Mundial
Tu, terra tornada mundo!
Estrela ardendo nas veredas o Céu,
Vê teus filhos homens em plena maturidade,
Do botão da promessa dando fruto;

De beleza enriquecendo teu barro, maravilhando os demais planetas -

"Será sol, que, antes, de estrela não passava?"

- Florence Mayberry: "Man in his Infinite Scope", Bahá'í World, Vol. XII

NOTAS SOBRE AS REFERÊNCIAS

Todas as citações dos Escritos de Bahá'u'lláh estão em itálicos. Todos os excertos de Bahá'í World Faith, The Secret of Divine Civilization, Respostas a Algumas Perguntas, Foundations of World Unity and Will and Testament são de 'Abdu'l-Bahá. Todas as outras citações usadas, de Advent of Divine Justice, Presença de Deus, Bahá'í World XII, Bahá'í Administration, The World Order of Bahá'u'lláh, Bahá'í News e Bahá'í Community, são de Shoghi Effendi.

ABREVIAÇÕES USADAS
ADJ The Advent of Divine Justice
BA Bahá'í Administration
BC Bahá'í Community
BN Bahá'í News
BWF Bahá'í World Faith
BWXII Bahá'í World XII
FWU Foundation of World Unity
GL Gleanings from the Writings of Bahá'u'lláh
PD Presença de Deus
RAP Respostas a Algumas Perguntas
SDC The Secret of Divine Civilization
WOB The World Order of Bahá'u'lláh

"Aqueles que abandonaram seu país a fim de ensinar Nossa Causa - a estes o Espírito Fiel fortalecerá com Seu poder... Tal serviço é, em verdade, o príncipe de todos os feitos bons, o ornamento de toda boa ação."


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